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Ilha do OuroIlha do Ouro

 ILHA DO OURO 

          Ilha do Ouro em 2005 mantinha 217 casas e 740 habitantes. A referida povoação está situada na orla do São Francisco, à cerca de 5 km da sede. A beleza natural que a envolve lhe concede o título de Oasis portofolhense, sobretudo por ser o principal ponto turístico do município. A essência desta maravilha está no visual panorâmico e banho de água doce. Quem visita a Ilha do Ouro dificilmente deixa de saborear seu prato típico: pirão de peixe com camarão ou pitu. A denominação “Ilha do Ouro” tem um significado contraditório porque não se trata de uma ilha, tampouco foi constatada a existência de ouro nas imediações. O nome “Ilha do Ouro” foi introduzido em louvor ao dourado arrozal que cercava parcialmente a povoação em época de colheita quando o rio mantinha enchentes pontuais. Os cachos do arrozal eram da cor do ouro. 

  Ilha do OuroIlha do Ouro

           Em determinada fase do ano é digno de apreço o nível de água concentrado nesta parte que separa Sergipe de Alagoas. Do lado de Sergipe se acha a Ilha do Ouro, e de Alagoas a povoação Ipanema (município de Belo Monte).

           A distância entre os dois polos se aproxima de um quilômetro, havendo no meio do percurso um gigante banco de areia que muitas vezes impede a navegação linear das lanchas entre as duas localidades. Quando acontece redução da vazão na represa de Xingó, o banco de areia forma uma provisória praia de água doce no meio do rio. Noutras ocasiões o areal emerge quase aderido ao território alagoano ou vice-versa. Na fase de maior vazão, vale a pena passear de barco neste imenso paraíso de água doce. Ali o São Francisco esbanja cordialidade ao receber de braços abertos dois pequenos afluentes: riacho do Ipanema vindo das Alagoas e do lado de Sergipe o afável riacho Capivara. Os opostos, assim como num encontro casual, dão de cara com o padrinho que os absolve com carisma, obrigando-os a compartilhar do oásis portofolhense. Defronte a Ilha do Ouro e anexa ao território alagoano se acha a encantadora ilha dos Prazeres preservando no topo de sua colina uma antiga igreja com a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres. A igreja dos Prazeres, como é popularmente conhecida, é um ponto turístico bastante requisitado, tanto por quem vem de Sergipe quanto das Alagoas. 

A histórica vazante, percorrida pelo riacho capivara, também contribui para a elegante paisagem ilhadorense, imaginamos a existência de beleza superior outrora, quando o trecho se firmou como eficaz para o cultivo do arroz e fez modificar o nome do povoado, anteriormente chamado Boa Vista.      

              Com sua foz na Ilha do Ouro, o riacho Capivara também funcionou como portal de entrada de embarcação para a sede portofolhense nas ocasiões das grandes cheias do “velho Chico”. Infelizmente hoje é praticamente impossível acontecer tal fenômeno e, por este motivo, a atividade agrária de relevante valia (cultivo do arroz) foi igualmente neutralizada. O homem fez uso de sua teimosia sem medir as consequências, esquecendo-se de que a natureza funciona como um minucioso relógio que obedece um regulamento pouco conhecido por ele. O homem ainda não dispõe de capacitação necessária para entender o real prejuízo causado ao ecossistema com as mudanças efetivadas no rio São Francisco.           

              De encontro ao anseio dos portofolhenses, foi concluída em 2010 a pavimentação da mais antiga estrada do município com a denominação rodovia Josino Ulisses de Melo. Este feito veio prestar grande contribuição para o turismo local. 

por Joaquim Santana Neto