EXPEDITA FERREIRA
(uma cidadã portofolhense)
Em 1932 a fazenda “Exu” pertencia ao município de Porto da Folha, e foi exatamente nesta ocasião, 13/09/1932, que acuado pelas volantes, o bando de Lampião se deparou com situação delicada, Maria Bonita sentiu as dores do parto e nas proximidades daquela fazenda nasceu Expedita, a única filha de Lampião e Maria Bonita. Para proteger a criança dos confrontos, o rei do cangaço inteligentemente decidiu deixar a recém-nascida aos cuidados do pacato vaqueiro Manoel Severo e sua esposa Aurora. O casal a quem foi confiada a guarda da menina não fazia parte dos coiteiros, tratava-se de pessoas honestas de absoluta confiança, assim a menina estaria segura e não levantaria suspeita de existir.
A fazenda Exu, a partir de 1954 passou a pertencer ao território de Poço Redondo, segundo a Lei Estadual número 554, de 06 de fevereiro de 1954, que criou os municípios de Curituba (atual Canindé) e Poço Redondo,
Com 21 dias de nascida, Expedita Ferreira ficou sob os cuidados de Severo e Aurora. Apesar de terem outros filhos, o casal nunca escondeu de Expedita que ela era filha de Lampião e Maria bonita, esclarecendo sempre sua procedência. A vida de lutas e fugas pela caatinga fez com que seus pais biológicos a vissem por apenas três vezes durante toda sua vida.
Com oito anos de idade, Expedita Ferreira foi morar com o tio paterno João Ferreira que residia em Propriá. Aos catorze anos deixou a casa do tio e seguiu para Aracaju, onde começou a trabalhar no comércio e ali reencontrou Manoel Messias Nunes Neto, seu amigo de infância, com quem mais adiante se casou.
Atualmente Expedita Ferreira (mãe da escritora Vera Ferreira) é respeitável e próspera, reside na capital sergipana, mas nunca se esqueceu de sua naturalidade. Expedita é, portanto, uma portofolhense ou buraqueira, apesar de o local de nascimento pertencer hoje a Poço Redondo.
*por Joaquim Santana Neto em 18/02/2018.